quarta-feira, 20 de abril de 2011

SER..ter

Humildade é um bem, e como todo bem, ela é necessária principalmente numa sociedade regida pelo "ter". Aquilo que somos é julgado pelo que possuímos, e o respeito ao próximo se limita ao carro, roupa e bairro onde mora. Daí, quando surge um mendigo em nossa frente, nos afastamos, pois "ele pode me assaltar", ou "ele está sujo, não quero que me toque." Julgamos pela maneira como se apresenta, e nos qualificamos como superiores àquela pessoa. Em que sentido somos melhores? Quando o ignoramos, e lavamos as mãos para o que acontece ao nosso redor? É dever do governo, e não nosso..será? Até que ponto nossa omissão prejudica o outro? Até que ponto nosso orgulho e amor-próprio nos cega a ponto de nos sentirmos mais importantes, mais capazes, mais inteligentes, mais dignos do que aquele que nãpo sabe escrever e que mora num barraco? Nem precisamos ir tão longe. Dentro de casa, tratamos nossos subordinados como menores, porque ser um cirurgião ou professor universitário nos dá o direito de menosprezar, ridicularizar, diminuir o porteiro, a lavadeira, a babá. Até que ponto olhamos tanto para nós mesmos que esquecemos que vivemos e dependemos da convivência com o outro? 
Humildade não está na roupa mais simples, ou na não utilização de jóias e maquiagem. A humildade é uma característica que independe da exposição material. Ela é desenvolvida dentro de nós, e só é percebida através dos nossos atos. Somos iguais perante Deus, e não importa o diploma e o status social que você consiga aqui na Terra. Para Deus, o melhor currículo é o que se escreve com atitudes de amor e respeito ao próximo. No final das contas, seu coração é que será julgado, e então você vai perceber que muitas vezes, aqueles que você acredita serem "inferiores" tem muito a oferecer e a ensinar.